Projeto Cédula

Itau Cultural

Inserções em Circuitos Ideológicos – 2. gravações sobre cédula, 1970-1976

Cildo Meireles

1976

O Projeto Cédula, por sua vez, consistia de ações em que serigrafava – ou, como passou a fazer posteriormente, carimbava –, sobre cédulas de dinheiro circulante, instruções e mensagens semelhantes às impressas nas garrafas, inserindo-as, como se fossem ‘parasitas’ simbólicos, no circuito das trocas monetárias, muito mais extenso e veloz do que o circuito de trocas de vasilhames de Coca-Cola. Entre as mais conhecidas mensagens que veiculou ao longo dos anos incluíam-se críticas ao então regime ditatorial brasileiro (Quem matou Herzog?, inquiria a frase impressa na cédula emitida pelo Estado, numa referência às causas não esclarecidas da morte do jornalista Wladimir Herzog enquanto se encontrava detido pelos órgãos de repressão política) e questionamentos sobre as próprias convenções que delimitam o espaço socialmente destinado à arte.