Soneto Raspado das Telas de Aloisio Magalhães

Carlos Pena Fº

26/11/1955

(depois de comtemplar uma obra de arte, surge)

1983

 UCLA Library 2007

Gilberto Freyre

  • p. 126

De um dos seus sonetos chegou a dizer que era “raspado das telas de Aloisio
Magalhães“.

UT Libraries 2008

Marcos Vilaça

Pernambucanidade

  • p. 378

Compreendo que esta alta e nobilitante distinção seja feita ao Secretário da Cultura do MEC, que, do mesmo passo, é um pernambucano amante da sua terra e da sua gente, que sucedeu no cargo — sem pretensões de substituira outro pernambucano devotado, Aloisio Magalhães, cujo trabalho em favor de Olinda chega a ser uma epopéia do nosso civismo e do amor à tradição. Lembro-me dele e dos versos de Carlos Pena Filho no soneto raspado de suas telas:

Aquém do sonho e além dos movimentos
uma nesga de azul perdeu as asas.
Quem a invadir, invade os próprios ventos
que varrem mares e entram pelas casas.

Às vezes, penso: não tem dor nem mágoas
quem se ofertou a tão alegre ofício,
mas a mulher que mora atrás do início,
diz: são meus estes céus, minhas as águas

que dormem neste chão, minhas as cores
que apascentam teus olhos e que vêm
de mim e vão das nuvens ou das flores.

Mas só pode ir além dos movimentos,
onde, serena, habito há muito, quem
pela nesga de azul entrar nos ventos.