A Fundação próMemória

1981

Cultura

Patrimônio

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… mão-de-obra sensível e não de simples operários, como vem sendo o caso dos blocos mais modernos. Edgard Jacinto da Silva cita, a propósito, alguns arquitetos que realizaram obras no palácio, como o inglês John Johnston, que colocou o portão localizado à frente do palácio visto nas gravuras antigas, presente do embaixador de seu país e que hoje dá acesso ao Jardim Zoológico. Num torreão gótico, que existiu no palácio, nasceu D. Pedro II. Uma ilustração de La Michillerie mostra o Paço com o aspecto que teve de 1830 a 1841, quando tiveram início as obras para igualar o torreão norte ou gótico, destruído por um incêndio, ao torreão sul.

A CASA DOS PÁSSAROS

A diretora Leda Dau sugere que o museu deveria ter uma pequena loja para venda de publicações, de lembranças e de reprodução de gravuras. É uma ideia das melhores e a que o MEC deveria ser sensível, repetindo-a em todos os seus museus. Para quem não sabe, o museu defluiu dos dias do Brasil Colônia e era chamado Casa dos Pássaros; foi dele que saíram os papos de tucano para a murça da coroação de Pedro II menino. Sendo mesmo uma das primeiras instituições científicas da América.

A Fundação próMemória é a boa fada que se esconde por trás de tudo isto; seus efeitos aí estão em todo o Brasil, enfrentando seus desafios. Há muito o que realizar, ainda faz pouco documentos de nossa História eram comprados em Londres numa grande casa de leilões. A casa de Augusto Comte, doada ao Brasil ao tempo de Josué Montello como adido cultural em Paris, é outra coisa da qual não mais se falou e que aproveitamos a oportunidade para lembrar a Aloisio de Magalhães, que tem garra, sensibilidade para a tarefa, tendo recebido o bastão merecido do mineiro Rodrigo de Mello Franco, já dando uma dimensão nova a um patrimônio a defender, antes que a ignorância, a insensibilidade venham a tragar parte de nossa História.

Olinto foi nosso adido cultural ao tempo do embaixador Correia da Costa, hoje na ONU, que além da carreira diplomática vem escrevendo vários livros sobre nossa História.

Felizmente, dia virá, e esperamos que seja ainda nesta geração, que não haja reclamações de tantos pecados cometidos no passado. Mas outro crime se pratica nas escolas. Nossos jovens não ligam e nada sabem do que sucedeu ontem. Há qualquer coisa em nosso ensino de errado. Corre por aí uma frase atribuída a De Gaulle em relação ao Brasil e que não foi pronunciada por ele, mas sim por nosso embaixador em Paris, ao tempo da guerra da lagosta.

Aloisio de Magalhães tem muito que fazer e podemos jurar que é por amor, pois já tem a consagração de seus logotipos e de ser autor de todos os nossos dinheiros.