Patrimônio Como Política Cultural

Cultura é Patrimônio – ISBN 9788522506583

Oliveira, Lúcia Lippi.

Cultura é Patrimônio.: um guia. Rio de Janeiro: FGV, 2008.

Para Aloisio Magalhães, o Brasil, país onde coexistem megalópoles e comunidades isoladas, ainda não teria logrado construir uma imagem própria, a partir de sua produção material e simbólica. Isolado em um continente em decorrência da língua e da distância o Brasil vivia às voltas com problemas de sobrevivência e sua cultura não conseguia se sedimentar. Absorvia de modo avassalador valores estranhos, que atingiam os meios de comunicação de massa e o pensamento intelectual. Daí a necessidade da conscientização de nossa cultura, para que fosse possível enfrentar o processo de transplante. Os bens culturais passaram a ser vistos como uma espécie de “vacina”.

Até então, segundo Aloisio Magalhães, tinham sido valorizados os bens móveis e imóveis impregnados de valor histórico, mas que representavam bens de criação individual. Daí terem ficado de fora o fazer popular, inserido no cotidiano e que expressava os bens culturais vivos. Sua proposta era voltar ao projeto original de Mário de Andrade de “tradições móveis”. Aloisio evitava noções de “cultura popular” e de “folclore”, já que não via os bens culturais como sobrevivências do passado. Nos anos 1980 ele cunhou a expressão “patrimônio cultural não-consagrado”, para se referir a manifestações não reconhecidas até então como bens culturais.

Aloisio