O sumiço da santa: uma história de feitiçaria

Jorge Amado

1988

UVª Library 2011

  • p. 137

Em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Recife, tratavam de entrevistar às pressas os especialistas mais reputados: Pietro Bardi e sua esposa, a arquiteta Lina Bo, ex-diretora do Museu de Arte Moderna da Bahia, Joaquim Cardoso, Renato Soeiro, Joaquim Falcão, Aloisio Magalhães, Marcos Vinícius Vilaça, para citar apenas os maiorais.

Nem mesmo, porém, os repórteres baianos, seus conhecidos, nem sequer o amigo José Augusto Berbert, nem um único jornalista conseguiu entrar em contato com dom Maximiliano von Gruden, e era ele, e não outro, o figurão procurado e e requerido pela reportagem local e nacional au grand complet — já estava demorando o pernosticismo.

Desligava e no mesmo instante atendia outra chamada: gazetas e estações de rádio da Bahia — e as de todo o País através das sucursais ou em ligação interurbana. 

Atendeu apenas ao reitor da universidade, que ligara de Brasília onde ainda estavam ele e o cardeal, mas já de passagem marcada em vôo do fim da tarde, após um último encontro com o ministro. Não o da Educação e Cultura, que não resolvia nada, com o Ministro da Guerra: este sim, podia decidir sobre a sorte dos estudantes. A audiência, obtida à custa de muito empenho, impedia que o reitor, alarmado com as notícias difundidas pelas estações de rádio, antecipasse a …