1950
UT Libraries 2008
Revista Branca
- p. 23
PALHANO (poesia), de José Laurênlo de Melo (edição do Teatro do Estudante de Pernambuco, prefácio de Hermilo Borba Filho, ilustrações de Aloisio Magalhães)
— Andei atrás de uma palavra para “Palha, no”. “Palhano” me inquietou e andei atrás de uma palavra. As palavras nos libertam. Quebram o encanto, mas libertam. Nas histórias maravilhosas e nas peças de ilusionismo, há quase sempre uma palavra mágica. Quando transportamos nossa angústia para o léxicon a angústia se estiola. Dilui-se numa aflição que não é mais nossa, porque universal, porque se torna em fórmula pública, nem mais angústia. Ficamos à frente de muitas pessoas que sobem por uma escada em caracol, não podemos voltar, seguimos avante, às vezes sem destino, porque a nossa dor verdadeira se perdeu.
Aderbal Jurema
1953
UT Libraries 2008
Poetas e romancistas do nosso tempo
Com o livro magnificamente ilustrado por Aloisio Magalhães, em 1950, José Laurenio de Melo, é um poeta que, embora ainda se mostre um tanto entontecido pela “magia” de sua inteligência, não matou a poesia, como aconteceu com o surrealismo.